Repertório Homeopático

Nenhum

Descrito como um Nosódio na "Matéria Médica de Nosódios" de H.C. Allen, não é na realidade um Nosódio. É preparado a partir de matéria vegetal em decomposição. Seu nome é derivado da crença de que a doença Malária estava relacionada à inalação dos gases emanados de pântanos com material vegetal em decomposição. Não deve ser confundido com Malariatoxinum (Malatox) que é um Nosódio verdadeiro, preparado a partir da toxina malárica. O.A.Julian apresenta em sua Matéria Médica de Bioterápicos (ex-nosódios) a preparação feita por GW Bowen (ver textos abaixo), acrescentando a preparação por Allendy em 1936 a partir de sangue malárico. No Verão de 1862, GW Bowen, de Indiana, deixou matéria vegetal se decompor em água em frascos de vidro, durante uma semana (nº I), duas semanas (nº II), e três semanas (nº III). Em cada estágio, experimentações foram feitas pela inalação dos gases que se desprendiam. Posteriormente algumas gotas foram tomadas internamente. Para fins curativos uma tintura foi feita pela adição de dez gotas do nº II (em que as fibras não foram totalmente decompostas) para noventa gotas de álcool. Todos os casos de Bowen foram tratados com esta. Boericke e Tafel fizeram uma 30ª atenuação da tintura desta e Yingling inalou-a. Isto resultou em sua experimentação. Posteriormente Yingling obteve de B. e T. a 30ª atenuação da nº III (na qual a decomposição da fibra foi completa), e deixou subir atenuações mais altas. Estas foram utilizadas em sua experiência clínica. Vivendo em uma região de malária, Bowen teve a idéia de encontrar remédio para as queixas maláricas prevalentes com que ele tinha de lidar, produzindo malária experimental e encontrar antídotos para a mesma. Contratou pessoas para inalar os gases dos frascos contendo matérias vegetais em vários estágios de decomposição. No primeiro estágio, o cheiro não era muito ofensivo. Os efeitos foram: "dor de cabeça, náuseas, distúrbios no estômago, língua revestida de branco". Estes desenvolveram-se entre uma a duas horas após a inalação, e duraram dois ou três dias. No segundo estágio, os efeitos não surgiram até doze a vinte e quatro horas. Então houve: "cefaleia terrível, náuseas, aversão aos alimentos, desconforto na região do hipocôndrio, iniciando-se no baço, fígado e em seguida no estômago, e no terceiro dia calafrios". Então antídotos tiveram de ser utilizados. O Nº III, que era "fétido em um grau terrível", não produziu qualquer resultado exceto náusea após três ou quatro dias. Depois surgiu, inicialmente extrema lassidão, febre contínua, dores e dolorimentos dificultando a locomoção. Quando tomado internamente os resultados foram mais severos. Nº I causou: cólica biliar, náuseas, câibras, diarreia e dores de cabeça. Nº II: envolvimento do fígado, baço, rim e do estômago; febres intermitentes diárias ou terçã com calafrios. Nº III produziu um estado tifóide ou estado semi-paralítico, e compelindo os experimentadores a recostar ( Malar., Old, and Forgotten Remedies, no qual os principais trabalhos sobre esta solução se encontrarão reunidos. Eu agreguei experiências posteriores dos recentes números de H. R.)" (J.H.Clarke). "Somos gratos ao falecido GW Bowen, Fort Wayne, Ind., por este valioso remédio. Hahnemann tinha uma vasta experiência nas febres maláricas nos vales do Danúbio, e as febres dos pântanos Pontine no Tibre são históricas. Dr. Bowen viveu no Rio Wabash naquela época, uma notória região de malária, e durante muitos anos, ele foi chamado para tratar centenas de pacientes que sofriam de todas as formas de afecções maláricas. Afecções maláricas eram atribuídas às emanações pantanosas no Verão e no Outono, quando a água era evaporada pelo calor. Dr. Bowen teve de lidar com estes vapores venenosos de vegetação apodrecida, febres maláricas e as suas consequentes doenças, intermitentes, remitentes, contínuas, febre tifóide, etc, durante anos, não apenas na sua forma aguda, mas em suas formas suprimidas, nas quais ele encontrava todas as formas de doenças crônicas, que muito frequentemente poderiam ser atribuídas aos maus tratamentos da manifestação aguda. Ele concebeu a possibilidade de testar os efeitos da toxina artificial preparada a partir de turfa ou vegetais decompostos, proveniente de um pântano durante a estação seca, quando a toxina malárica era mais ativa. Esta matéria vegetal foi colocada em frascos de vidro, cheios de água e deixada em decomposição, as quais foram numeradas de I, II e III, de acordo com o tempo, uma, duas ou três semanas de decomposição. No final de cada período, ou estágio, experimentações foram feitas por inalação dos gases emitidos, tal como o paciente naturalmente inalaria o Miasma pantanoso. Experimentadores foram pagos por dia para inalar o gás em seus diferentes estágios de decomposição, e um cuidadoso registro de seus efeitos foi feito. Isto constituiu a experimentação dos gases crus" (Henry Clay ALLEN).